Política, Entre o Vício e a Vergonha


             O Brasil está passando por um período que parece desafiar os fundamentos de uma nação em desenvolvimento. O país retrocede nas esferas econômica, intelectual e moral, o que leva ao crescimento do desemprego, da criminalidade e, principalmente, ao fortalecimento do assistencialismo.

Em meio à crise, o governo federal lança uma ofensiva contra empresários e cidadãos de alta renda para atender suas demandas e manter o luxo dos partidos que o sustentam. Nesse meio tempo, os agentes encarregados de criar empregos e impulsionar a economia se encontram desorganizados, enfraquecendo seus negócios como estratégia para escapar do caos financeiro.

O partido do presidente atual estabeleceu um projeto de poder que resultou em um vício generalizado na política do país. O que antes era realizado em segredo, agora ocorre abertamente, sem medo de represálias ou consequências legais. Narrativas falsas começam a apoiar o discurso oficial, e somente aqueles que dependem diretamente de favores do Estado se deixam influenciar por essas versões, contribuindo para envergonhar o país no cenário global.

Nesse cenário de crítica e descontentamento, o vereador Jorge Alves (MDB- Alagoas) fez um discurso impactante durante a sessão da Câmara Municipal de Penedo em 13 de fevereiro de 2025. Esse pronunciamento teve grande repercussão, tanto entre seus colegas quanto na comunidade política local. Em sua declaração, ele chamou a atenção para a distorção do processo eleitoral e a deterioração moral da política brasileira:

"Quero me reportar às últimas eleições, claro. Na verdade, companheiras e companheiros, a gente se sente diante do quadro que foi nas últimas eleições – e principalmente nesta – a gente se sente meio triste... triste por ver até onde chegamos, nesta cidade e em todo o Brasil.

Lembro do ano 2000, quando fui candidato, eleito por dois mandatos, e que se gastava o mínimo em uma eleição. Eu me lembro muito bem das palavras do professor, radialista e analista político Raul Rodrigues: 'hoje, não se ganha uma eleição sem gastar menos de R$500 mil reais.' Olha só que absurdo... onde foi que a gente chegou!

Mas a hipocrisia está no legislador, que coloca na lei o limite de R$30 mil reais – e ele mesmo não cumpre. Isso é uma imbecilidade e uma hipocrisia!

Arrisco-me a dizer: se houvesse uma fiscalização rigorosa por parte do Poder Judiciário, nem mesmo os suplentes assumiriam! Todas as eleições municipais teriam que ser refeitas. Fingimos que cumprimos a lei, e a Justiça finge que acredita e valida. Reconheço, no entanto, as dificuldades enfrentadas pela Justiça Eleitoral para fiscalizar adequadamente todo o processo.

E, no fim, fica a pergunta: quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Assim também ninguém sabe: quem é mais corrupto, o político ou o eleitor."

As declarações do vereador provocaram um desconforto imediato entre os presentes. Vários colegas solicitaram a palavra para declarar que “a carapuça não lhes servia”, argumentando que suas contas foram validadas pela Justiça Eleitoral. Contudo, Jorge Alves foi direto: “Aprovado o declarado... e o que é gasto por fora?”, indagou, gerando um silêncio constrangedor na plenária.

          Em tom de sátira, o vereador fez referência ao termo “chupinha”, utilizado para designar candidatos sem recursos financeiros, comparando-os a um pássaro pequeno que vive à margem dos maiores. De acordo com ele, esses candidatos são desprezados em campanhas em que o dinheiro continua sendo o principal motor.
          Após a reflexão provocada, surge a pergunta: até onde o Brasil chegou? Quais perspectivas ainda podem ser buscadas por uma juventude que necessita de ensino de qualidade e de modelos éticos? Em uma nação com 525 anos de história e vasta riqueza natural, o futuro aparenta ser incerto — e, para muitos, alarmante.

 

Política, Entre o Vício e a Vergonha

                 O Brasil está passando por um período que parece desafiar os fundamentos de uma nação em desenvolvimento. O país retrocede ...